quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Minhas impressões sobre New Model Army em São Paulo, 2010


Primeiramente, digo que não evitarei a passionalidade nas coisas que direi a seguir. New Model Army foi uma das bandas que eu mais ouvi nos tempos do colégio, de 94 a 96. Claro que não deixei de ouvir até hoje, mas me faz lembrar especialmente dessa época da minha vida, por isso posso dizer que vê-los tocar ao vivo tem aquela sensação especial de desejo adolescente realizado (pela segunda e terceira vez) depois de muitos anos.

Sabendo previamente que eles não tocariam o mesmo set nas duas noites - aprendi em 2007 do pior jeito - garanti logo os dois ingressos. Pensei que fosse ser um dos poucos malucos a fazer isso, mas posso dizer que vi no sábado muitas das pessoas que vi na sexta, quem sabe isso serve de incentivo para que os tragam mais vezes. O show de 2007 na Clash não deixou nada a desejar, mas achei o espaço do Citibank Hall ainda melhor por conta do espaço e da acústica. 

Em ambas as noites tivemos uma abertura mais acústica e com baladinhas, inclusive versões de músicas que não são assim originalmente, como Courage e Heroes por exemplo, que ficaram muito boas nas versões mais acústicas. Claro que não faltou a clássica Better Than Them na abertura do primeiro show em versão voz e violão. E não posso deixar de dizer que fiquei muito feliz de poder ouvir Drummy B ao vivo.

O segundo ato consistia das mais agitadas, em primeiro lugar vale pontuar que tocaram músicas de todas as fases desde o início de carreira até hoje, infelizmente não sou tão bem informado acerca dos trabalhos mais recentes deles, mas no geral posso dizer que ao vivo tudo que eles tocam fica bom. Tivemos a oportunidade rara de ouvir pérolas do início de carreira ao vivo, no caso Vengeance, Liberal Education, Christian Militia e Betcha (ok, nem eu esperaria por essa!), incrível como depois de quase 30 anos essas músicas soam ainda melhores do que na qualidade de gravação da época em que foram lançadas. No show de 2007, eu senti falta de faixas do Vengeance e do No Rest ao vivo, dessa vez não pude reclamar, especialmente por Drag It Down - com sua letra altamente crítica aos valores consumistas e superficiais - e No Rest que eu considero o hino da insônia por conta do refrão.

Eu sempre me perguntava como tocariam músicas como Purity e Vagabonds sem violino ao vivo, Green and Grey eu já vi e não foi nada muito complexo, teclado resolve, com Purity foi a mesma coisa, a melodia do violino foi tirada no teclado, muito bem por sinal. Agora o caso mais interessante é com Vagabonds, onde a melodia do violino é tirada na guitarra mesmo, extremamente aguda no caso, o resultado é no mínimo impressionante.

Um show no Brasil não seria completo sem The Hunt e 51st State que têm uma energia ainda maior ao vivo. Resumindo, quando os vi ao vivo em 2007 pensei, próxima chance que tiver não deixo de ver as duas noites deles no Brasil, por sorte tive a chance. Além de músicos extremamente competentes, ainda somos brindados com os "causos" que Justin Sullivan conta em alguns intevalos entre as músicas. Além disso ainda temos o bis de quatro músicas em cada noite, resultando em quase 3 horas de show por noite. 

Para saber os setlists de cada noite, e ainda os de 2007 se a curiosidade for muito grande, cliquem aqui.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Deepland + Vanquish Fest


Olá, tocarei nessa edição da festa uma seleção de eletroniquices antigas e atuais, esperem por coisas boas como Portion Control, DAF, Vomito Negro e outros.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Músicas do "futuro"

A era espacial não foi algo que passou despercebido na música, elementos disso podem ser facilmente percebidos em letras, estética visual e, em alguns casos a música em si tem aquele ar "futurista". Apesar do grande boom da música eletrônica nos anos 90, os anos dourados do sci-fi musical foram, para mim, anos 70 e 80. Provavelmente, não por coincidência levando em conta alguns eventos como: o homem pisando na Lua, o surgimento dos primeiros computadores pessoais e primeiros videogames, acrescente a isso filmes como Star Wars, 2001 e Star Trek, tudo isso somado ao estilo de vida caótico das metrópoles pelo mundo formaram uma poderosa e motivadora inspiração.

Uma observação superficial levaria a crer que esse fenômeno se restringiu à música eletrônica, mas não mesmo, o rock também teve lá seus representantes bastante expressivos, como Hawkwind e Rockets, duas jóias do "space rock" dos anos 70, com letras voltadas para temas futuristas e bases eletrônicas misturadas com guitarras. Ainda no lado rock da coisa, tínhamos também o Devo com sua paródia à extinção da individualidade, onde todos os integrantes da banda tentavam ficar o mais parecidos possível.

Sem dúvidas que não podemos deixar de fora disso o Kraftwerk, que pode ser considerado o maior representante da tecnologia dentro da música, tanto pelo estilo eletrônico, muitas vezes frio como máquinas, quanto pelos assuntos abordados pelas letras. Não deixemos de fora os Buggles, com a profética Video Killed The Radio Star, que por ironia, ou não, foi o primeiro videoclipe a ser exibido pela MTV americana, fazendo com que começasse a grande era dos videoclipes.

Houve também alguns que tiveram profunda influência por parte do cinema em sua música como os franceses do Droids do começo dos 80, que (como muitos já devem ter pensado) foi inspirado em Star Wars, o nome do hit deles, não por acaso, é The Force, acredito que possa ser enquadrado dentro da onda space disco. Indo além nesse tipo de inspiração temos os suecos do S.P.O.C.K., que, adivinhem só, fazem músicas inspiradas em... Star Trek! O maior hit deles é Never Trust a Klingon, pop eletrônico com senso de humor nerd.

A italo disco dos 80, que nem sempre é italiana, rendeu uma quantidade enorme de músicas e até bandas totalmente voltados para essas temáticas, bons exemplos seriam Cyber People, Laserdance, Koto e os farofentos do Radiorama e Video Kids. Também da Itália (de verdade) tem a banda Krisma com seu rock sintetizado, a música Cathode Mamma, uma grande homenagem aos aparelhos de televisão é quase um hino da sociopatia, na minha opinião.

E, para encerrar, Dee D. Jackson, que fez sucesso na era disco com seu hit Automatic Lover de 77, onde cantava sobre a desumanização do amor fazendo duo com alguém fantasiado de robô. O gosto é discutível, claro, mas vale a menção!

Clique aqui para ver mais clipes neste estilo.




"I Rockets, il gruppo lider de la música electronicca", o space rock francês que foi incorporado pela italo disco de... ah, você sabe de onde.


Hawkwind e seu space rock que fala sobre criogenia e etc, também famosos por ser a banda de onde veio o Lemmy do Motörhead. Provavelmente os reponsáveis pelo nome dos mísseis das séries de jogos Nemesis/Gradius e Salamander.


Droids, mais space disco dos anos 70, com direito a performance e tudo, mais franceses venerados por italianos?


E "facebook killed the real life", o comentário que mais gostei sobre esse vídeo. Apesar do tanto que essa música é conhecida, vale dizer que eles têm muitas outras ótimas e também com essa temática futurísticaretrônerd.


S.P.O.C.K., o pop eletrônico dos viciados em star trek ao vivo.


Radiorama, inesquecível, você não vai esquecer nem que queira!


Laserdace, space synth, preciso dizer mais? Essa é minha versão favorita de Power Run.


Krisma e sua homenagem à TV "I like television sets, because they have voices, for when you are alone".


Dee. D. Jackson ensina sobre o amor no espaço, oh yeah!