quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Killing Joke - Absolute Dissent


Killing Joke teve seu primeiro álbum publicado em 1980 e, desde então, vem criando música que desafia definições e atrai admiradores dos mais diversos estilos. As formações variaram ao longo dos anos, mas sempre com dois membros constantes, Jaz Coleman (vocais e teclado) e Geordie (guitarra), a sonoridade também variou bastante nesses anos todos, com músicas que poderiam ser enquadradas como punk, industrial, progressivo, gótico, etc. e, ainda assim, mantendo uma identidade inconfundível com os vocais tensos, guitarra de acordes esparsos, baixo bem pronunciado e as batidas quase tribais – especialmente no começo de carreira.

Absolute Dissent é o fruto mais recente dos 31 anos de estrada dessa banda que até hoje intriga e instiga os ouvidos de muitos. De volta à formação original – pela primeira vez desde 1983 – o mínimo que isso poderia gerar é muita expectativa, eu mesmo, sempre torcia para que um dia Big Paul voltasse à bateria da banda. O resultado compensou a espera, Absolute Dissent é um trabalho variado, maduro e bem produzido, combinando músicas mais melódicas, algumas com base eletrônica mais evidente – como a dançante European Super State – e, claro, as mais pesadas, como Depth Charge e Fresh Fever.

Os momentos mais introspectivos ficam por conta de In Excelsis, que, apesar da batida mais lenta e bem marcada, ainda consegue ser bem ruidosa; Honour The Fire, que tem aquela sensação de música para se ouvir em fins de tarde ensolarados; a quase dub Ghost of Ladbroke Grove e, para finalizar, The Raven King, que, como o nome sugere, é uma homenagem ao falecido Paul Raven, que foi baixista da banda de 1984 até o início dos anos 90, depois sendo substituído pelo baixista original, Youth.

Detalhe bastante interessante é que a faixa título lembra bastante uma das faixas mais tocadas por eles ao vivo, Pssyche, de 1980, apesar da similaridade e da conseqüente nostalgia, não soa nada datada. Here Comes Singularity, penúltima faixa, fecha a agitação com riffs de guitarra no estilo mais punk possível, para então ser sucedida pela viajante Ghost of Ladbroke Grove.

O que eu apostaria facilmente como um hit em casas noturnas é a European Super State, com batidas bem marcadas e dançantes e base eletrônica, seria uma fortíssima candidata para tal fim.

Na década passada, Killing Joke não desapontou nem de longe a meu ver, mas começou essa mandando incrivelmente bem, Absolute Dissent é a prova de que não se deixaram vencer pelo tempo ou ceder à máxima de que não se inventa mais nada de novo na música hoje em dia. Eles continuam, como sempre, seguindo o estilo bem característico e complexo de definir que os fez famosos.







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